O percentual de famílias endividadas no Paraná cresceu pelo segundo mês consecutivo, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). Com variação de 1,3 pontos percentuais, o indicador passou de 89,2% em fevereiro para 90,5% em março, e atingiu o maior nível desde janeiro do ano passado. Este também é o pior índice do mês de março de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2010.

Essa elevação do endividamento é impulsionada pelas famílias de maior renda, entre as quais o indicador aumentou de 92,7% em fevereiro para 95,1% em março. Nas famílias de menor renda, o endividamento também cresceu, mas em menor proporção, saindo de 88,4% para 89,5% em março.

Apesar do número de endividados ter aumentado, o percentual de famílias com contas atrasadas baixou de 26,5% para 25,2% e de paranaenses sem condições de quitar os débitos caiu de 12,0% em fevereiro para 10,9% em março. Mas essa aparente melhora nas condições de pagamento pode ter sido causada pelas mudanças na política monetária, com o aumento dos juros e restrição de crédito para os inadimplentes, o que obrigou as famílias a priorizarem o pagamento de dívidas antigas. O refinanciamento de dívidas também foi uma alternativa implementada pelos consumidores, além do aumento do uso do cartão crédito.

Em meio à inflação dos alimentos e o impacto na renda, as famílias paranaenses recorreram mais ao cartão de crédito para manter o consumo, tanto que esta modalidade de dívida subiu de 72,1% em fevereiro para 74,3% em março.

O financiamento imobiliário foi outro fator de endividamento das famílias e correspondeu a 11,0% das dívidas no mês de março, o maior índice desde setembro de 2017. Já o financiamento de veículos caiu de 10,1% para 9,2% na variação mensal. 

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