O novo modelo de concessões rodoviárias no Paraná foi tema de reunião nesta segunda-feira (25) entre G7 – grupo que reúne as principais entidades do setor produtivo paranaense –, Ministério da Infraestrutura e representantes das bancadas de deputados federais e estaduais. No encontro, sediado pela Fiep no Campus da Indústria, em Curitiba, os participantes ouviram as propostas do Ministério para o modelo de pedágios no Paraná, cujos atuais contratos vencem em novembro deste ano.
Natália Marcassa, secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do órgão federal, apresentou o novo modelo, que abrange um projeto de 30 anos, com R$ 42 bilhões de investimentos previstos. A proposta contempla a extensão de 3.327 km de malha rodoviária, seis lotes de concessão, além de dez contornos urbanos. O processo de modelagem já está concluído, mas pode sofrer ajustes de acordo com proposições da sociedade – as audiências públicas se iniciam em 2 de fevereiro – e do setor produtivo. De forma geral, o projeto deve promover uma redução tarifária de até 67% para veículos de passeio, além da duplicação de vários trechos, como o da BR-277.
Outras vantagens do novo modelo incluem fatores como contrato por performance, melhoria nos sistemas de gestão e operação (como implantação de wi-fi em todas as rodovias), adoção de um mecanismo internacional de segurança, descontos de tarifa para usuários frequentes e de tags, mecanismos de proteção para mitigação de riscos cambiais, acordo tripartite (com alinhamento mais claro entre credores, concessionária e poder concedente), entre outros.
Haverá diferenciação de tarifas entre pista simples e dupla, mas somente mediante a conclusão das obras de duplicação. “O modelo começa com tarifas mais baixas para pistas simples e só tem valor acrescido após a duplicação daquele segmento onde a praça de pedágio está inserida. Isso será um estímulo para se receber o investimento”, explica a secretária. A diferença de tarifa entre pista simples e dupla será de 40% após a conclusão das obras – com base nos novos valores propostos.
Ela esclarece, ainda, que o critério adotado de leilão, o híbrido, não envolve cobrança de valor de outorga. “A outorga é zero. Ela só existirá caso tenha empate no leilão. Além de desempatar, esse processo garantirá, também, que o player ganhador tenha capacidade para entregar as obras”. Em caso de outorga, 50% dos valores ficariam para o próprio projeto e 50% iriam para a União.
Para José Roberto Ricken, presidente da Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar) e coordenador do G7, independentemente da metodologia, o importante é que se tenham tarifas justas, garantia de execução das obras e transparência em todo o processo. “As audiências públicas começarão em breve e várias questões, incluindo a da outorga, virão à tona e serão discutidas com profundidade”, explica.
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