Fernanda Strickland* – Correio Braziliense
Não é um momento de se criticar, pode-se sim fazer as críticas, mas elas são muito mais de solidariedade, de mão estendida, é muito mais no sentido de que possamos estar solidários nessa pandemia. Esta foi a mensagem de Carlos Melles, diretor-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional, na abertura do seminário on-line Correio Talks: Desafios para o Brasil pós-pandemia, realizado nesta terça-feira (23/3) pelo Correio Braziliense em parceria com o Sebrae.
O presidente da Sebrae abriu o seminário, após a fala do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), reconhecendo o trabalho de todos os palestrantes e da imprensa. “A imprensa vem obviamente cumprindo o papel com relevância, com debates como este, que enriquecem e trazem clareza e transparência, por isso o Sebrae está junto participando. Eu gostaria também de cumprimentar e reconhecer a figura do nosso ministro Paulo Guedes, pelo trabalho forte e intenso”, disse.
Carlos comenta que o Congresso é sempre peça fundamental, assim como o STF. “Nós estamos passando 12 meses de uma crise, em que o governo fez uma ação intensa. Devemos reconhecer que houve não apenas o auxílio emergencial, mas a flexibilização do trabalho, os recursos colocados, o amparo de chegar perto de 1 trilhão de reais, para a gente superar a parte econômica dessa crise. Eu tenho dito que nesse lado nós temos que ver e reconhecer”, comentou.
Melles explicou que o Sebrae trabalha de forma muito intensa para trazer o serviço de que o Brasil precisa. Também afirmou que o time selecionado abrilhanta a live de economistas, pessoas de renomado conhecimento. Ele declarou que o Sebrae tem a visão muito clara de ajuda ao micro e pequeno empresário. “Primeiro, o Sebrae está aqui para apoiar na crise a micro e pequena empresa. Segundo, procure o Sebrae que ele vai te dar amparo e segurança de como conviver com isso. Terceiro, o impacto do fechamento do primeiro momento em março, abril e maio, foi terrível, então entramos com programas muito fortes, buscando créditos, cursos, levar todos eles ao digital, e assim avançamos bastante.”
Melles completa: “Tanto é que em junho e julho, aparentemente as coisas tinham parado de piorar e houve então um crescimento a partir de julho até meados de novembro, aí a coisa começou de novo em termos de faturamento de empresa, a não ter os resultados esperados. E assim vem a crise dobrada, o repique da crise, a duplicidade da crise. Quando a gente esperava em um primeiro momento que as coisas estivessem equilibradas, hoje estamos jogando para o fim de 2021. E olhe lá. Nós agora dependemos seriamente da vacina”.
Carlos afirmou que todos os brasileiros agora estão sabendo da importância da vacina e há a esperança de que os vacinados não serão contaminados na mesma proporção atual. “É uma grande esperança, mas o Brasil não pode parar. Nesse aspecto, nós estamos aliados ao governo. Fazendo ações muito objetivas, a frente parlamentar das Micro e Pequenas empresas atendeu ao melhor programa de crédito, por exemplo, o Pronaf. O Congresso não faltou ao país.”
O presidente confirmou também que, neste momento, precisa-se ajudar e pensar em como fazer tudo relacionado a amparo e apoio à vacinação. “Mas, fora da vacinação, nós todos estamos juntos, nós temos que cuidar da micro e pequena empresa. Cuidar da micro e pequena empresa é cuidar do Brasil. E, nesse aspecto, nós estamos falando de um alongamento dos pagamentos que deveriam acontecer e está acontecendo agora, que foram prorrogados ano passado. Nós estamos falando de uma moratória probatória que possa dar conforto em relação de aluguel, luz, renovação de contrato”, elencou.
Melles disse que a receita federal deu um presente à micro e pequena empresa a pedido do Sebrae. “Neste ano de 2020 não foi excluídas nenhuma micro e pequena empresa pela receita federal. Os que estavam inadimplentes continuam funcionando sem serem cortados da Receita. Isso manteve mais de 700 mil micro e pequenas empresas funcionando. A crise também fez com que aumentassem a formalização na micro e pequena empresa e no MEI, devido ao desemprego. O MEI já está com quase 12 milhões de pessoas”, explica.
Carlos esclarece que o principal foco do Sebrae é preparar o empreendedor a realizar seu sonho. “Seja por sonho, seja por necessidade, que é muito da crise que estamos falando. O Sebrae cursos on-line é uma maratona de cursos. Fez um convênio com o WhatsApp, que está sendo um sucesso: 15 cursos on-line com 10 mil pessoas acessando por dia a plataforma, para as micro e pequenas empresas funcionarem de forma universal. Ou seja, são ações bem pontuadas. E, nesse aspecto, as micro e pequenas empresas representam quase 30% do PIB do Brasil. São quem mais emprega”, termina.
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer
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