A iniciativa é do deputado Renato Freitas, que também é o presidente da Comissão de Igualdade Racial da Assembleia.
A Comissão de Igualdade Racial da Assembleia Legislativa do Paraná realizará hoje- Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra – a audiência Pública “Combate ao Racismo na Educação: 20 anos da Lei 10.639/2003”, às 18h, no Plenarinho da Casa, em Curitiba. O combate ao racismo no ambiente escolar se faz urgente porque o tema está no topo da lista de locais em que os brasileiros mais afirmam ter sofrido violência racial.
De acordo com dados da pesquisa Percepções Sobre o Racismo, do Instituto de Referência Negra Peregum, divulgada em agosto deste ano, a cada 10 pessoas que relatam ter sofrido racismo no Brasil, 3,8 foram vítimas da violência em escolas, faculdades ou universidades. Além disso, as demandas e denúncias que chegam diariamente à Comissão de Igualdade Racial confirmam a necessidade de pautar o assunto no ambiente legislativo do Estado do Paraná.
De fevereiro até outubro desse ano foram registradas e encaminhadas à comissão 11 denúncias de racismo nas escolas do Paraná contra estudantes e professores. E todas as denúncias tiveram atendimento e encaminhamentos, requerimentos e/ou ofícios, reuniões presenciais e online/telefone, e em todos os casos, as vítimas receberam acompanhamento e auxílio dos profissionais que atuam na comissão da Assembleia do Paraná.
O deputado Renato Freitas é presidente da Comissão de Igualdade Racial na Assembleia e defende um modelo de ensino seguro, acolhedor e que incentive à socialização, sempre com respeito à vida dos outros seres humanos, mas segundo Freitas, infelizmente, a escola acaba sendo um espaço que propicia episódios de todas as formas de violência, o que é inadmissível.
“Quando eu era criança, a escola nunca me entendeu e eu nunca entendi a escola. O colégio não percebia que os problemas que eu enfrentava vinham de fora do ambiente escolar como a pobreza, a falta de estrutura e o racismo. Eles falavam do meu cabelo, da minha roupa, me chamavam de beiçudo e eu fica ali e observava também que o mesmo acontecia com os outros pretos da escola e percebi que eles estavam como eu, invisíveis no fundo da sala torcendo para não serem vistos. E na escola, quando você também não quer ser visto, você também não fala, não responde, não faz trabalho, não tira notas boas, não tem ânimo. Não tem vida naquele espaço porque viver é existir, é ser visto, é ser ouvido. Quem não é visto e nem ouvido, existe menos”, afirma Freitas.
O que é celebrado
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Concebido em 1971, foi formalizado nacionalmente em 2003, como uma efeméride no calendário escolar, até ser instituído como data comemorativa em 2011. Embora não seja feriado nacional, foi oficializado como tal em mais de mil cidades e seis estados brasileiros (Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo)
Fonte: Assembleia Legislativa do Paraná
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