Com pandemia, 20% dos salões de beleza devem encerrar atividades

Notícia publicada em 19/01/2021

Com 1,250 milhão de CNPJs no país, o setor de serviços de beleza, que inclui salões de cabeleireiro, de procedimentos estéticos não-clínicos e esmalterias, agora lida com os rescaldos da pandemia.

A quarentena decretada em março de 2020, que manteve esses estabelecimentos, em sua grande maioria de pequeno porte, fechados até o início de julho, levou 5% deles a encerrarem suas atividades definitivamente. 

Considerando a demora e os custos necessários para fechar uma empresa no Brasil, esse montante de salões desativados deve bater nos 20%. Os dados são do levantamento ‘Retrospectiva 2020’, da Associação Brasileira de Salões de Beleza (ABSB), realizado com base em dados do Sebrae Nacional e sindicatos.    

”O comércio foi duramente atingido pelas restrições mas, assim como bares, restaurantes e agências de viagem, os salões de beleza foram os que mais sofreram”, afirma José Augusto Ribeiro, presidente da ABSB. 

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E a tendência é que esse número aumente ainda mais nesse 1º trimestre, diz Jefferson Amaury Massari, diretor do Sindibeleza-SP (sindicato patronal), por causa do aumento de casos de covid-19, novas restrições de dias e horários de funcionamento e, principalmente, pelo fim do Auxílio Emergencial e da redução de jornada e salários.

Para quem continuou na briga, obedecendo todas as medidas restritivas para evitar contágio e preservar a saúde da equipe e dos clientes, o cenário não foi fácil: 82% relataram queda no faturamento.

Com redução média de 42% nas receitas, o cenário não podia ser diferente: 73% dos salões de beleza ficaram endividados e 58% relataram atraso no pagamento das contas.   

A alta dos custos de ocupação, e em especial dos alugueis calculados pelo IGP-M que subiu mais de 20% em 2020, foi um fator determinante para dificultar a vida desses negócios, segundo Ribeiro, da ABSB.

Principalmente para os localizados em shoppings: o ideal, explica, é que esses custos, que incluem aluguel, condomínio e fundo de promoção, não ultrapassem 10%. Com faturamento menor, ficaram entre 25% e 30%. 

“Com a reabertura, os lojistas vinham tentando se recuperar dos problemas mas, com a queda nas receitas, os  negócios se inviabilizaram. A coisa vai ficar pior, e mais estabelecimentos devem fechar”, reforça. 

Diário do Comércio

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