A Suécia, frequentemente citada como referência global em reciclagem e economia circular, vive um cenário inusitado: está com tanto sucesso em reaproveitar resíduos domésticos — pouco mais de 99% — que agora precisa importar lixo de outros países para alimentar suas usinas de incineração e manter o fornecimento de energia e calor para a população.
O país utiliza o resíduo como matéria-prima para gerar eletricidade para cerca de 250 mil residências e aquecimento para mais de um milhão durante os rigorosos invernos — receita anual de aproximadamente US$ 100 milhões.
O modelo sueco é resultado de décadas de políticas públicas robustas, que combinam cobrança proporcional ao volume de lixo doméstico, coleta seletiva avançada e conscientização ambiental na educação. Em algumas cidades, como Borås, essa política é tão eficiente que menos de 1% dos resíduos acaba em aterros e os cidadãos recebem incentivos diretos — como descontos no transporte público ou nas contas de aquecimento — por produzirem menos lixo.
Apesar dos resultados expressivos, especialistas alertam para fragilidades do sistema. O modelo de conversão de resíduos em energia (waste-to-energy) é visto por alguns como um “mal necessário”: embora reduza o volume de material descartado, o excesso de incineração pode inibir práticas mais sustentáveis, como a redução no consumo e o aumento da reutilização. Além disso, o uso contínuo da incineração exige o constante aporte de resíduos, o que reforça a necessidade da Suécia importar lixo para suprir sua demanda energética.
Brasil
Este cenário chama atenção para o grande contraste entre a Suécia e países como o Brasil, onde cerca de 90 milhões de toneladas de resíduos são produzidas anualmente, mas apenas 3% são recicladas. Muitos especialistas defendem que o Brasil poderia avançar significativamente se adotasse acompanhamento sistemático na redução, coleta seletiva e reaproveitamento de materiais — inspirados no modelo sueco, teríamos potencial de reciclar até 31% do lixo gerado.
Sescap-PR + Verde
Políticas públicas são fundamentais para chegarmos a patamares mais próximos de sustentabilidade. Mas, ações individuais têm um peso significativo na geração de resíduos. Veja como você pode contribuir na sua casa e na sua empresa.
– Ex: Usar lixeiras diferentes para recicláveis (papel, plástico, vidro, metal) e orgânicos.
– Ex: Limpar embalagens antes de descartá-las para facilitar a reciclagem.
– Ex: Evitar copos, talheres e sacolas plásticas.
– Ex: Levar sua própria garrafinha de água ou caneca reutilizável.
– Ex: Transformar potes de vidro em organizadores ou vasos.
– Ex: Usar folhas de papel já impressas para rascunhos.
– Ex: Roupas, eletrônicos, móveis e livros que não têm mais uso podem ser úteis para outras pessoas.
– Ex: Dar preferência a empresas que usam embalagens recicláveis, possuem selos verdes ou práticas ESG.
– Ex: Planejar compras para evitar desperdício de alimentos.
– Ex: Priorizar produtos duráveis em vez de versões descartáveis.
– Ex: Participar de campanhas de coleta seletiva no bairro.
– Ex: Incentivar escolas e empresas a adotarem práticas ecológicas.
O Sescap-PR apoia e incentiva iniciativas sustentáveis, por meio da sua campanha Sescap‑PR + Verde. São pequenas ações que trazem grandes resultados.
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