O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (17) a taxa básica de juros da economia em 0,75 ponto percentual. Com isso, a Selic passou de 2% para 2,75% ao ano.

O aumento já era esperado por parte dos analistas do mercado financeiro, mas foi acima das estimativas, uma vez que o mercado esperava aumento de 0,5 ponto percentual.

Este foi o primeiro aumento da taxa Selic desde 2015, e a decisão foi unânime. Analistas do mercado preveem que a taxa continue aumentando, terminando 2021 em 4,5% ao ano e 2022, em 5,5% ao ano.

Ao justificar a decisão, o Copom afirmou que o cenário atual da economia não pede "grau de estímulo extraordinário" e que as expectativas de inflação superam a meta no "horizonte" da política monetária.

"Na avaliação do comitê, uma estratégia de ajuste mais célere do grau de estímulo tem como benefício reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, assim como manter a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos", afirmou o Copom em nota.

Economistas avaliam que o aumento dos juros está relacionado à disparada da inflação de alimentos, combustíveis e dólar, somada a um cenário de tensão política, fraco ritmo de vacinação e a dificuldades em conter o aumento de gastos públicos.

No comunicado desta quarta-feira, o Copom afirma que, apesar da pressão inflacionária de curto prazo se revelar mais "forte e persistente" que o esperado, o comitê mantém o diagnóstico de que "os choques atuais são temporários".

Mais cedo, nesta quarta-feira, o Ministério da Economia elevou a projeção de inflação para 2021, passando de 3,23% para 4,4%.

Com o novo aumento, a expectativa de inflação do mercado continua acima da meta central deste ano, de 3,75%.